Pois bem, aproveitando um jargão da economia, podemos
dizer que em “momentos de crise, boas oportunidades aparecem”, mas como
aproveitar ou saber decifrar estas oportunidades em meio a um bombardeio de
noticiais ruins: aumento do dólar, crise na Petrobrás e estancamento dos
investimentos desta gigante, aumento da taxa Selic, redução do crédito para
diversos segmentos, entre outros?
Apesar de não parecer ser algo simples, a resposta para
este e diversos outros questionamentos está mais próxima do que todos nós
imaginamos. Basta um olhar crítico e um pouco mais cuidadoso para encontrarmos
algumas pequenas, mas significativas oportunidades.
Pensemos um pouco sobre nossas casas, será que podemos
melhorar a “Gestão Financeira do Orçamento Familiar”? Isso mesmo, será que
conseguimos, sem grandes cortes ou mudanças drásticas, melhorar a eficiência de
tudo que usamos e consumimos em nossos momentos de lazer, descanso e dia a dia?
Talvez evitar que uma luz fique acessa sem necessidade, reduzir os gastos com
alimentos que não serão consumidos, comprar apenas o necessário, usar o
telefone apenas para assuntos urgentes e de forma rápida?
Talvez, agora alguns de vocês estejam se perguntando, “mas
o que isso tem a ver com minha empresa e como estas ações irão me ajudar a
encontrar uma oportunidade em momento de crise ou então, ao menos, não sofrer
duras consequências com a mesma”?
Realmente pode parecer um pouco complicado associar as
despesas domésticas, com a infinidade de contas e despesas de nossas empresas,
mas, na verdade, o mesmo conceito de Redução
de Despesas e Custos que aplicamos em nossas casas, pode e deve ser
aplicado em nossas organizações. Neste mesmo sentido e tão importante quanto a
questão de redução de despesas e custos, devemos pensar no controle e análise
constante dos resultados financeiros e operacionais dos nossos negócios.
Quando falamos em Redução de Despesas e Custos, não
estamos nos referindo, necessariamente, a corte de pessoal, redução de turnos
de trabalho, diminuição dos investimentos estratégicos e outras ações talvez
drásticas demais para empresas que estejam saudáveis financeiramente. Na
verdade, a busca pela Redução de Despesas e Custos, pode ser obtida com o
aumento da eficiência operacional, maior produtividade da equipe,
conscientização sobre a importância de evitar perdas, necessidade de fazer mais
com menos, renegociação com credores, melhores condições comerciais com parceiros
e fornecedores, entre outras.
O importante aqui, dependendo do caso e da situação de
cada empresa, não é fazer uma alteração drástica e muitas vezes dolorosa para
sócios, funcionários e sociedade, mas sim, saber utilizar um momento de
“desconforto econômico” para ajustar eventuais acordos ou políticas que já não
são benéficas e não mais se adequam à
atual realidade da empresa. Resumindo, temos a oportunidade de usar a
fragilidade do mercado para reduzir ou evitar despesas e custos desnecessários
e fazer com que isso se perpetue e gere resultados ainda melhores em tempos de
bonança.
Chegamos a um ponto interessante de nossa reflexão, pois
apesar de alguns de vocês já terem identificado algumas melhorias e “cortes”
que podem ser feitos, talvez ainda seja necessário explorar as finanças da
empresa um pouco mais a fundo, para se chegar a conclusões mais assertivas.
Neste caso, é extremamente importante que tenhamos algumas informações em mãos
para uma análise crítica, tais como:
ü Orçamento Anual de 2015;
ü Fluxo de Caixa Atualizado;
ü DREs consolidados dos dois ou três últimos anos;
O primeiro nos ajuda a olhar para o futuro da
organização, saber o que planejamos financeiramente para a empresa e quais os
resultados que este plano, se 100% concretizado, trará ao final do exercício. É
importante acompanhar o mesmo, mês a mês, para que eventuais desvios sejam
tratados a tempo e não afetem o resultado final. O segundo, nos diz quais
nossas obrigações financeiras e nos ajuda a planejar / antever eventuais
desencaixes financeiros. Já o terceiro, nos conta um pouco sobre o passado
recente da organização e pode nos apontar eventuais mudanças de política que
fizemos em um momento de sobra de caixa, mas que agora precisa ser revisto.
Aqui não falamos ainda de oportunidades na área
produtiva, melhoria de processos para aumento da eficiência; de qualidade,
adequação a normas e processos de produção enxuta para redução de desperdícios;
e tão pouco da área comercial, definição de metas e políticas comerciais claras
para estimular a área de vendas e estudo sobre potencial do mercado e
participação da nossa empresa, mas não nos faltarão oportunidades para discutir
estes e outros tantos assuntos essenciais para a gestão dos nossos negócios!
Gustavo Pupin – Sócio Fundador da SOWER
PARTNERS

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